Sempre fui alertado que o tempo da política é diferente. Não é contado em horas, ou em dias, mas em semestres, anos e décadas. A gente quer uma obra pra amanhã. Mas não pode. Tem de ter projeto, depois lançamento de edital, depois licitação. Mas pode ter recursos. Depois de alguns anos de tramitação, finalmente tudo definido. A empresa X vai fazer a obra. E começa tudo, máquinas na pista. Mas no meio do caminho tem uma crise. Tem uma crise no meio do caminho. E tem a vontade política. Um ministro dos transportes do nordeste, direciona as verbas pro seu curral. E falta dinheiro cá embaixo. E a empresa que ganhou a licitação chega à conclusão que as condições não estão sendo lucrativas e abandona a obra. É processada. Mas já viu como é né? A justiça é lenta. Depois de alguns anos, começa tudo de novo. Nova licitação, novo projeto, novo orçamento e vem fórmulas mirabolantes. PPP. PPA PQP...e tudo ralentando. E os caras tem o desplante de divulgar numa entrevista, com a maior cara de paisagem, que a obra vai durar até 2060. Maioria de nós nem estará aqui. Nem eles também né? Então joga-se pra frente e tem-se uma promessa recauchutada para o próximo pleito. O calendário do andar de cima é diferente. E se impõe aos mortais cidadãos comuns. Eu já acho que o tempo para decisões mais assertivas, prazos sobre como o atual governo vai lidar com a 381 já tá demorando demais. A promessa em campanha foi muito efusiva e nos levou a acreditar que realmente teremos avanços. Mas ainda não consigo enxergar qualquer movimentação mais objetiva.. O governador também, sempre foi omisso. Mas tá em tempo de fazer um esforço republicano pra resolver o problema da 381. Não é possível que durmam tranquilos, sabendo que cada dia de demora significa mais gente morrendo, mais transtornos. Outra coisa é melhorar a infra estrutura no interior do país. Há distritos populosos com estradas em péssimas condições, de terra, poeira e barro. Muito por se fazer nesse país. O tempo da política carece de aceleração. Houve um tempo em que tivemos políticos mais sérios, que deixaram legados e construíram quase tudo que temos. E ainda tem gente que enche o peito pra falar de nova política. Diga-se de passagem, a tal nova política é estéril, exageradamente baseada em ideologias. Se vale do denuncismo, que funciona bem nas redes sociais, mas que não constrói muita coisa.
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